Recomendamos a leitura do material produzido pelo GT Mundos do Trabalho, do CESIT-Unicamp, a respeito das medidas para a garantia da vida durante a pandemia.
A íntegra do artigo pode ser acessada por meio do link: https://www.cesit.net.br/emprego-trabalho-e-renda-para-garantir-o-direito-a-vida/
"GT – Mundos do Trabalho: Reformas, do CESIT
Em tempos de pandemia da Covid-19 e de grandes incertezas quanto às
medidas a serem tomadas para que a saúde dos brasileiros e brasileiras e
da economia seja assegurada, o “GT – Mundos do Trabalho: Reformas”, do
CESIT/IE/Unicamp, com a presente nota, traz elementos que contribuam
para desnudar a falsa dicotomia entre preservar a vida via isolamento ou
salvar a economia, bem como para a elaboração de políticas públicas que
assegurem trabalho, renda e o direito à saúde e à vida. O pressuposto é
o de que são ações públicas que pavimentarão os caminhos aptos a
definirem tais possibilidades de vida dos cidadãos e da combalida
economia brasileira. Esse processo abre entre estudiosos, pesquisadores
da área um campo de investigação na perspectiva de compreender as
transformações estruturais ou não do lugar do trabalho na organização da
vida social.
Vivem-se tempos de profundas instabilidades. A grave crise que abala o
planeta evidencia as reais fragilidades dos arranjos mundiais em tempos
de capitalismo globalizado e hegemonizado pelos interesses das
finanças, trazendo medo e profundas inseguranças. No Brasil, país de
características históricas e estruturais marcadas pela pobreza, profunda
desigualdade social, precária estruturação do mercado de trabalho e
alta concentração de renda, as múltiplas dimensões dessa gritante
desigualdade se expressam não só nas abissais disparidades de renda mas,
também, na ausência de infraestrutura básica. São 100 milhões de
pessoas, por exemplo, que não têm acesso à rede de esgoto, 35 milhões
vivem em domicílios sem água tratada e o déficit habitacional é de 7,5
milhões de moradias. Ainda, essa crise evidencia as mazelas de uma
sociedade patriarcal, com aumento expressivo da violência doméstica
contra as mulheres, justo no momento em que, devido ao isolamento
domiciliar, o trabalho reprodutivo e de cuidados se torna ainda mais
imprescindível e se converte no centro das rotinas diárias".
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